
“Estamos concentrando todos os
nossos esforços para sanar os ferimentos constatados no Astro, por meio do
tratamento apropriado, tendo em vista a gravidade das lesões identificadas. Em
paralelo, a nossa equipe de educação ambiental já se encontra em campo
informando a todos os condutores de embarcação sobre os riscos destes acidentes
para estes animais”, afirma o pesquisador e médico veterinário, João Carlos
Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho - realizado pela
Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocinado pela PETROBRAS por meio do Programa
Petrobras Socioambiental.
Em um ambiente conservado, o peixe-boi
marinho pode viver uma média de 50 a 60 anos. No entanto, os impactos
ambientais provocados pelo homem ainda representam a maior ameaça à espécie.
Lixo, esgoto e substâncias tóxicas lançadas nos mares e nos rios, circulação
intensa de embarcações motorizadas nos locais de ocorrência da espécie,
degradação dos manguezais, destruição da mata ciliar, construções desordenadas
em praias e estuários, a perda de habitat (estuários e áreas
costeiras), captura acidental em redes de pesca. Todos estes fatores colocam em
risco o ambiente, a saúde e a vida deste mamífero.
“Astro” é um peixe-boi
marinho reintroduzido

“É importante destacar que a
presença deste animal nesta região é de grande relevância, pois trata-se da
reocupação de uma antiga área de ocorrência histórica e constitui a
distribuição mais ao sul da espécie no Brasil”, lembra João Carlos Gomes
Borges. O coordenador do PVPBM ressalta ainda que a presença de “Astro” nesta
localidade tem, ao mesmo tempo, despertado preocupações de diversos
profissionais e Instituições envolvidas na estratégia de conservação da
espécie, tendo em vista que o animal apresenta um histórico de atropelamentos
desde 2001, já sendo constatado pelo menos seis eventos desta natureza. Além
disto, frequentemente “Astro” sofre com o forte impacto de interações dos
turistas que visitam a região, já sendo registrados casos de pessoas que
oferecem alimentos e bebidas a ele, o que pode trazer sérios problemas para o animal.
O Projeto Viva o Peixe-Boi
Marinho – que é realizado pela FMA e patrocinado pela PETROBRAS, através do
Programa Petrobras Socioambiental – desenvolve iniciativas que possam evitar a
extinção da espécie no Nordeste do Brasil. A equipe do Projeto orienta que caso
alguém encontre um peixe-boi marinho, não ofereça alimentos nem toque no
animal. No caso em que estes estejam encalhados (vivos ou mortos), o primeiro
procedimento é comunicar ao órgão ambiental atuante na região ou entrar em
contato com a FMA, pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961-1352/ (79)
3025-1427. Em casos de encalhe de animais vivos, enquanto aguarda a chegada do
resgate, a pessoa deve seguir as seguintes orientações: 1- Se o animal estiver
exposto ao sol, proteja-o fazendo uma sombra; 2- Não o alimente e nem tente
devolvê-lo à água; 3- Evite aglomeração a sua volta.
[i] As atividades de monitoramento de Praias, desenvolvidas pelo
convênio MAR, fazem parte do Subprograma Regional de Monitoramento de Encalhes
e Anormalidades na Área de Abrangência da Bacia Sergipe-Alagoas – PRMEA, medida
de avaliação de impactos ambientais exigidas pelo licenciamento ambiental
federal, constando a Petrobras como empreendedor e conduzida pelo IBAMA.
Fotos da equipe em ação: Ricardo Araújo/ Acervo FMA