
“Nesta região específica, há uma
circulação intensa de embarcações motorizadas, principalmente durante o verão,
e com isso os riscos de atropelamento aumentam. As colisões com embarcações
motorizadas podem ferir e até matar o animal. Ao longo de 20 anos em que esteve
utilizando o litoral de Sergipe e Bahia, ‘Astro’ já foi vítima de no mínimo 13
atropelamentos por embarcações motorizadas, que ocasionaram sérios ferimentos,
com risco de vida. Felizmente, em todas as ocasiões, após o tratamento clínico
realizado, a condição de saúde do animal foi restabelecida. Porém fica aqui o
alerta”, ressalta o pesquisador e médico veterinário Prof. Dr. João Carlos
Gomes Borges, coordenador do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho e diretor de
pesquisa da Fundação Mamíferos Aquáticos
“Astro” têm um histórico de extrema
importância para a conservação do peixe-boi marinho no Brasil. Foi o primeiro
animal da espécie a ser reintroduzido no país. Em 1991, ele foi encontrado
ainda filhote encalhado na praia de Aracati, no estado do Ceará, sendo em
seguida encaminhado para o Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, em Itamaracá,
onde recebeu atendimento adequado e permaneceu por três anos em processo de
reabilitação. Em 1994, foi transferido para um cativeiro construído em ambiente
natural, em Paripueira (AL), e, após readaptado às condições ambientais, foi
solto nesta mesma região. Por volta do ano de 1998, “Astro” se deslocou para o
litoral de Sergipe e, desde então, vem utilizando a área compreendida entre o
rio Vaza-Barris (SE), o complexo estuarino rio Real até Mangue Seco, no litoral
da Bahia.
ORIENTAÇÕES
Aos
turistas, banhistas e condutores de embarcações motorizadas (barcos, lanchas, jet skis e afins), a Fundação
Mamíferos Aquáticos orienta:
- Antes de acionar o motor, olhe ao redor e verifique
se tem peixe-boi marinho próximo. A hélice em movimento pode machucar e matar o
animal. Só ligue o motor se tiver certeza que o animal não está por perto;
- Se estiver navegando e avistar o animal nas
proximidades, reduza a velocidade ou desligue o motor para evitar colisões e
atropelamentos;
-
Ao se deparar com o peixe-boi marinho: não toque, não alimente, não forneça
bebidas. Apenas admire de longe. Se ele estiver em perigo, machucado ou
encalhado, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho/ Fundação
Mamíferos Aquáticos pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352
(whatsapp) / (79) 99130-0016.
-
Peixes-boi marinhos reintroduzidos estão sendo monitorados via satélite no
litoral nordestino. Ao encontrar um peixe-boi com um equipamento (semelhante a
uma garrafa com uma antena) ou apenas o equipamento, entre em contato com a
Fundação Mamíferos Aquáticos pelos telefones acima.
[i] As atividades de
monitoramento de Praias, desenvolvidas pela Fundação Mamíferos Aquáticos, fazem
parte do Subprograma Regional de Monitoramento de Encalhes e Anormalidades na
Área de Abrangência da Bacia Sergipe-Alagoas – PRMEA, medida de avaliação de impactos
ambientais exigidas pelo licenciamento ambiental federal, constando a Petrobras
como empreendedor e conduzida pelo IBAMA.
Foto: Acervo FMA